Dia Mundial do Solo
Desde 2002 que, no dia 5 de dezembro, comemoramos o Dia Mundial do Solo. Acreditamos que este marco é para que, de alguma forma, sejamos capazes de refletir e também alertar a importância do mesmo para todos nós. De que forma é que o estamos a cuidar? Como é que podemos ajudar? Será que valorizamos o suficiente aquele que foi e é, embora de forma mais seletiva, a nossa principal fonte de nutrientes? Sim, porque ao contrário do que a maioria pensa, erroneamente, o cálcio não vem do leite da vaca, mas sim da erva que ela come enquanto está a pastar e isto acontece se aquele solo não sofrer demasiado com químicos fertilizantes e/ou pesticidas pois, caso contrário a carência nutritiva provirá daí. Assim, se temos um solo que está carente como é que nós não pensamos que a probabilidade de também estarmos é enorme? Mais ainda hoje em dia pelo tipo de alimentação que a maioria de nós tem, que infelizmente é rica caloricamente, mas carente nutricionalmente pois os produtos embalados são o que regem lá nos armários de casa.
O solo tem entre as suas várias funções a conservação da biodiversidade, possibilita o ciclo hidrológico, reduz o impacto das mudanças climatéricas, cria agroenergia, protege águas subterrâneas e superficiais, sustenta construções, mas além disso quando é que nos esquecemos que o solo nos proporciona alimentação? Alimentação essa que deveria ser a nossa base tendo em conta a ancestralidade e a marca genética que nós temos?
A nossa alimentação falando a grosso modo deveria ser baseada em carne, peixe, ovos, legumes e fruta que é o que consta na nossa matriz genética e é reconhecido pelo nosso organismo. Convêm então que seja uma alimentação variada e rica em vegetais, frutas, bagas e raízes das mais diversas cores e que fossem principalmente provenientes de uma agricultura biológica e sustentável pois assim para além de estarmos a garantir um maior aporte de vitaminas e minerais para o nosso organismo, estaríamos também a criar algum apoio e sustentabilidade a quem produz e, no fundo, ao solo de onde o alimento provém. No que concerne à proteína esta convêm ser baseada em carne e ovos de animais criados ao ar livre e que respeitem as normas de uma boa criação quer em vida quer quando este vai para o matadouro. O peixe que seja preferencialmente de pequeno porte e criados em alto mar. Assim, tudo o que seja alimento processado, geneticamente modificado como é o caso da soja por exemplo, são também considerados alimentos inflamatórios e como tal devemos evitá-los ao máximo. Portanto, tudo o que sejam farinhas, cereais, soja, leite, açúcar e sal, no fundo tudo o que não está assinalado na nossa genética, com o tempo, mais curto do que se possa imaginar para quem os consuma de maneira exacerbada, acabará refletindo-se em problemas de saúde.
Um outro fator que contribui para o desencadeamento de doença é a forma como confecionamos os alimentos pois existem constituintes que se formam devido às elevadas temperaturas que acabam causando alterações na estrutura molecular e isso faz com que o nosso organismo deixe de reconhecer determinado alimento.
Desta forma e no sentido de prevenir a nossa saúde e bem-estar, para que nos seja possível continuar a utilizar o alimento como medicamento, é imprescindível que atuemos de forma responsável perante o solo, um recurso natural e mineral que é capaz de nos dar tanto.
A título de curiosidade e para terminar com mais um benefício do solo e daquilo que este nos é capaz de oferecer, já ouviu falar no grounding? Grounding é uma palavra em inglês cuja tradução significa enraizar, aterrar. Trata-se de uma prática simples, basta que fiquemos descalços, deitados ou estejamos a tocar com as mãos no solo. Nesse momento estaremos a conectarmo-nos diretamente com a natureza e isso traduzir-se-á numa sensação de bem-estar, de melhora da nossa qualidade de vida e equilíbrio das nossas energias, coisa que hoje em dia parece impossível pela correria e stress diário a que estamos, muitas vezes, expostos.
Petra Santos, Aluna Naturopatia, 3º Ano